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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Autor baiano elogiado na Flip 2012

“PALAVRAS FALADAS...” FOI DESTAQUE NA FLIP 2012


Por Elenilson Nascimento

A vocação literária e as tradições de Paraty foram mais uma vez celebradas na “Flip 2012”, com uma mesa redonda sobre alguns livros de poesias lançados por autores emergentes. Fui alçado da condição de “blogueiro clandestino” para autor emergente. Uau!

O relançamento do meu livro de poema “Palavras Faladas Fadadas Palavras”, descrito como o livro da “conhecida e querida figura soteropolitana”, enalteceu o meu ego muito mais do que na época do lançamento. Esse despretensioso livro foi descrito como um livro de poemas de “saberes e fazeres” pelo também escritor e jornalista Renato Affonso Medeiros:“Elenilson apresenta deliciosos versos imaturos e imaculados, venenosos e pessimistas, mas e uma beleza contagiante e desconcertante”, descreveu Medeiros para um auditório lotado, entretendo e divertindo a plateia no último sábado, 07/07.

Foi citando ainda que os meus poemas “ziguezagueam pela fronteira entre a dura realidade e a beleza da literatura” - narrando ora casos como no poema “Parodiando Zé Depende”, ou até mesmo exaltando a morte em “Vinte e quatro horas na vida de um homem morto e um minuto apenas na vida de um poeta torto”:

“Morto no reflexo da alma, eliminado no refluxo da calma,
e realmente, se eu fui o culpado, não sei o por quê
Exterminado sem nenhum suor na superfície da pele,
e realmente, se eu fui o culpado, não sei o por quê
Mas essa minha história de (quase) amor não durou,
e realmente, se eu fui o culpado, não sei o por quê
Alguns vagabundos dizem que eu deveria esquecer,
pois ainda existem muitas outras camas, sujas e decadentes
Mas minhas palavras não tinham mais tanta significação,
mesmo querendo dar a entender que também era um vagabundo
Eles não acreditaram. Ela, a minha única coisa boa, não acreditou,
fazendo-me encolher timidamente sem impressões e sem adeus
Não sei o que nos afastou: o que sei foi escrito neste livro,
e realmente, se eu fui o culpado, não sei o por quê.”
Medeiros, além de ter passado as últimas semanas ao telefone comigo, procurando mais detalhes sobre meus livros, ainda citou o meu envolvimento com as letras que ganhou força com o surgimento do blog independente LITERATURA CLANDESTINA, no ano de 2003. Mas citou também um caso de quando eu tinha uns nove anos de idade, quando achei uma caixa com quinze livros que seriam jogados no lixo. Indignado, levei-os para casa e com eles iniciei a montagem de uma biblioteca particular, muito melhor do que a da escola municipal. A mesa foi um raro momento em que a minha história de vida se confundiu com os “conhecimentos desconhecidos” pelo próprio autor que são tão interessantes e ricos quanto os meus livros. Quero aproveitar para agradecer muitíssimo ao amigo e confrade Renato Affonso Medeiros O “homi” de todas as letras e porquês!
artwork: Alexandre Benoit

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