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domingo, 29 de julho de 2012

Carta ao Presidente na Bienal do Livro de São Paulo


A nova edição do livro “Carta ao Presidente - Brasileiros em busca da cidadania”, organizado pelo jornalista Carlos Souza e com prefácio da desembargadora Luislinda Dias de Valois Santos, será lançado na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no estande da União Brasileira de Escritores - UBE, no dia 18 de agosto (sábado), das 18h ás 20h. 


A obra escrita por 45 autores tem o objetivo de despertar a consciência dos governantes, em relação aos problemas que perturbam a sociedade brasileira. Os textos estão escritos no formato de artigo, carta, conto, cordel, crônica, poesia e matéria jornalística; todos de cunho político e social.

Carta ao Presidente é, na verdade, uma carta à Presidente Dilma Rousseff e demais políticos brasileiros. O organizador, com vários autores, congregou-se em torno de uma visão geral do Brasil através de artigos sobre as questões fundamentais do país.
Leia e tome posição!

AUTORES



Alberto Peixoto - Altair Ramos - Antonio Barreto - Antônio Santana - Bernardo Assis Filho - Caetano Barata - Carla Elísio – Cássio Cavalcante - Deomídio Macêdo - Domingos Ailton - Franklin Maxado - Germano Machado – Idelma Santana - Ivan de Almeida - Ivan Maia - Joanice Marques - João Bosco Soares dos Santos - João Rocha Sobrinho - Jorge Carrano - Josue Ramiro Ramalho - Leandro de Assis - Leandro Flores - Lucymar Soares - Luiz Carlos Santos Lopes - Luiz Menezes de Miranda - Lula Miranda - Márcio dos Santos - Marilene Oliveira de Andrade - Marina Fernanda Farias - Miriam de Sales - Mirian Britto -Moreira Barrêto - Morgana Gazel - Pinho Sannasc - Rita Maria da Silva Oliveira - Roberto Leal - Rosana Santos Silva - Sinéas Santos - Sonia Lobo - Thaíse Conceição - Thaiz Guedes - Valdeck Almeida de Jesus - Wesley Vinicius

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ubiratan Castro, Leandro de Assis, Pinho Sannasc e Miriam de Sales eleitos para Academia de Letras do Brasil Seccional Suiça

Divulgação dos nomes dos Escritores/Escritoras indicados e eleitos para fazerem parte do quadro de membros da ALB/Suiça e relaçao dos agraciados com a Medalha Litero-Cultural Euclides da Cunha.

Atos da Presidência

      Ato/005-2012


1° O Presidente desta Seccional Dr. Carlos S. Ventura, no uso das suas atribuições cumprindo as normas estatutárias e regimentais, torna publico o resultado da aprovação pela CAJ-Comissao de Avaliação e Julgamento dos  nomes para comporem os quadros de membros desta Seccional e nomes de ativistas e artisticos-culturais para receberem a Medalha do Merito Litero-Cultural Euclides da Cunha e Diplomas de Honra ao Merito por relevantes serviços prestados a Cultura e as Artes brasileiras, no Brasil e no Exterior, e da outras providencias:



2° *O Nomes eleitos a membros correspondentes da ALB/Inter-Suiça são:

Alexander Maia

Ana Berlin
Carlos Tourinho de Abreu

Carmen  Neves


Deomidio de Macêdo 


Edinira M. Silveira
 


Emilia Queiroga Barros


Issis Berlinck Renault

Ivo José Ciconha Cicoggna


Jô Mendonça Alcoforado

Leandro de Assis


Ligia Braz


Maria Beatriz Silva


Marta Helena dos Reis

Miriam de Sales


Paulo Henrique dos Santos Ferreira


Pinho Sannasc
 


Regina Célia da Aquino Xavier


Ricardo Domenck


Roberto Ortiz


Ubiratan Castro


Wanda Monteiro


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3° *Os eleitos para receber a Medalha Litero-Cultural Euclides da Cunha:



Dé Barrense = Grau de Embaixador das Artes e Cultura


Ed Ribeiro = Grau de Embaixador das Artes e Cultura


Edson Carvalho De Luna Freire = Grau de Cavaleiro
Gêgê do Cavaco/Zurich = Grau de Cavaleiro das Artes


Luiz Melodia = Grau Embaixador das Artes e Cultura



Mestre Azul/Fribourg = Grau de Embaixador das Artes e Cultura




Mestre Paulão/Lausanne = Grau de Embaixador das Artes e Cultura


Roberto Ortiz = Grau de Comendador das Artes


Roger Müller = Garu de Cavaleiro


Thais Podleskis = Garu de Comendadora das Artes



Tonny Ferreira = Garu de Cavaleiro das Artes




Entidades:



Livraria Romanica/Zurich

Livraria Libromania/Berna

Terra Sagrada/Zurich 

Associação Caritativa e Humanitária das Ordens de Cavalaria – ACHOC






(*Os eleito deverão cumprir na integra os tramites contidos o ato: http://albswiss.blogspot.com.br/2012/06/atos-da-presidencia-ato004-2012.html  ). Tendo um prazo de 7 (Sete) dias para cumprir as solicitaçoes contidas no referido Ato.



(*As Pessoas e entidades indicadas ao Mérito Euclides da Cunha, terão 7 (Sete) dias a partir da data desta publicação para manifestarem -se.




Este Ato entra em vigor na data da sua publicação. 


Registre-se , publique-se.

Berna-Suiça, 21 de Julho de 2012.


Dra. Sueli Maria Alvarez Angelote 
Vice-Presidenta da Seccional-ALB-Suíça e Secretaria Executiva



Carlos Ventura
Presidente da Seccional-ALB/Suíça

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dr. Carlos Ventura, escritor baiano e presidente da ALB-Suiça abrindo portas para escritores brasileiros na Europa

A ACHOC-Associacion Caritative et Humanitaire de Ordes de Chevaerie (França) e ALB/Suíça, celebram protocolo de cooperação técnica e parceria. Para promoção e produçao de projetos artísticos e culturais














É com grande honra e satisfação que o Grande Conselho da ACHOC – Association Caritative et Humanitaire des Ordres de Chevalerie anuncia o pacto de cooperação e parceria firmado com a Academia de Letras do Brasil – Seccional Suiça (ALB-Suiça).


Através deste acordo, ambas as instituições trabalharão conjuntamente para o fortalecimento das letras e das artes como forma de aproximação dos indivíduos e de combate pelos valores caritativos e humanitários.







"...Este é um grande passo para que possamos fazer com que nossas artes e nossos 
artistas possam circular , dentro e fora do Brasil.

Esperamos que outras entidades e órgãos da sociedade civil e governamentais, possam estar num pacto de avançarmos com este processo de Valorização, Proteção e Difusão das nossas artes e da nossa cultura. dentro e fora dele...



Dr. Carlos Ventura
Presidente da Seccional/ALB- Suíça


Fonte: http://albswiss.blogspot.ch/2012/07/a-achoc-associacion-caritative-et.html

DÊ UM LIVRO DE UM AUTOR NACIONAL DE PRESENTE!


Pelo segundo ano consecutivo, o escritor e ativista cultural Ademir Pascale organizou uma campanha bem bacana que reúne editoras e autores que, juntos, estão vendendo seus livros com ótimos descontos, fretes grátis, autografados e etc, de modo a torná-los mais acessíveis aos leitores. Não que eles não quisessem fazer isso sempre, porém, não é segredo para ninguém o quão oneroso é publicar um livro e colocá-lo à venda aqui no Brasil.
“Tive a ideia de criar um projeto de incentivo às editoras e aos autores nacionais, um dia específico para eles disponibilizarem seus livros com descontos, facilitando ainda mais a vida do leitor, então escolhi o dia 20/07 para marcar esta importante data. Enviei um e-mail para todos os meus conhecidos e muitos responderam positivamente. Mas como sempre, mesmo sendo um projeto que visa beneficiar todos nós envolvidos na literatura, um ou dois não respondeu ou não aceitou participar. Então já anuncio alguns dos autores e editoras que aderiram ao projeto de incentivo, assim como os seus livros que estarão com descontos e outras facilidades. Ressalto que a união destes escritores e o apoio das editoras que estão no projeto, está sendo muito importante, pois assim poderemos levar literatura mais acessível e ao alcance de todos”, disse Pascale.
No link abaixo se pode visualizar as editoras e autores que aderiram à campanha, como alguns livros de Elenilson Nascimento, Waldick Garrett, Georgette Silen, Dione Mara Souto da Rosa, Nelson Magrinie outros, bem como, mais detalhes. Não deixem de conferir e comprar para ser também um “incentivador literário”, além de beneficiário, não é? Vários livros são dos nossos parceiros da Comunidade Resenhas Literárias, Poemas de Mil Compassos, Comendo Livros e doLITERATURA CLANDESTINA, então, não perca essa oportunidade.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ENTREVISTA COM A ESCRITORA/EDITORA MIRIAM DE SALES OLIVEIRA

“O público, hoje, vive numa sociedade de massa e lê o que aparece e o que a mídia aponta como bom.” (M.S.O.)
Por Anna Carvalho*
“Sou, como muitos escritores atuais, fruto da internet. Comecei a publicar contos, crônicas e artigos na rede, em 2008, utilizando o espaço de sites e jornais virtuais. Publiquei textos em antologias e arrisquei meu primeiro livro. Curiosa, lancei-me na aventura do livro digital...”.É dessa forma que a professora baiana formada pela Faculdade de Filosofia da Bahia, escritora por vocação, estudiosa de História e Literatura, editora e multifuncional Miriam de Sales Oliveira se define no seu site. Autodidata, gostava de fazer pesquisa histórica e literária, valendo-se, muitas vezes, dos inúmeros livros de sua biblioteca particular.
“Miriam de Sales é inteligentíssima, inovadora e uma das melhores autoras contemporâneas da literatura baiana. A atuação dela vai muito além da escrita e publicação, pois ela abre portas para os autores baianos onde quer que ela vá, ainda mais agora, atuando também na Pimenta Malagueta Editora e colocando os autores baianos nas principais livrarias do país”, disse o prestigiadíssimo autor baiano e idealizador do projeto Fala Escritor, Leandro de Assis.
Como pedagoga especializou-se em Piaget e Maria Montessori, ministrando cursos sobre esses mestres em várias escolas particulares de Salvador. Seus trabalhos literários são ecléticos, um passeio por vários temas, porém, todos com uma boa dose de humor. Escreve para vários sites e para jornais e é membro da Academia Poçoense de Letras e Artes, ocupando a cadeira 55. Alem de tudo isso, ela é membro da Academia de Cultura da Bahia, membro do Comitê de Autores da Câmara do Livro da Bahia.
“Agora que, com o advento da internet, brotaram novos talentos literários, está na hora de sacudirmos a literatura neste país que se encontrava semimorta. Esse contato com o autor e com os leitores é um fato muito gratificante para o editor. Trabalhoso, mas estimulante. Lidar com os mais diversos profissionais da editoração, artistas ilustradores é uma aula de diplomacia e trato com o público que o editor recebe todo dia. Todos os dias conheço pessoas novas e avalio textos. Sugiro correções, mas aqui, o autor é soberano.Ele é o dono do livro, eu só interpreto seu desejo”, disse Miriam. Agora, leiam com atenção essa entrevista exclusiva feita pela também escritora Anna Carvalho com uma das mais simpáticas literatas da Bahia, e olha que simpatia no meio literário é uma coisa  quase em extinção.  
Anna Carvalho – Uma certa vez Ana Cristina César, poeta oitocentista, disse que escrever era como ancorar um navio no espaço. Para você, como é o ato político da escrita?
Miriam de Sales Oliveira – O escritor é um ser do seu tempo. Tem que estar antenado sempre, e, como a política faz parte da nossa vida, seu dever é esclarecer os leitores, tentando criar um mundo melhor. Portanto, deve ser participativo e independente. Nunca ser um escritor gov.com.
Anna Carvalho – Em se tratando de mercado editorial, acho que existe uma exibição marcada de autores que já estão lançados, ou que sejam sucesso, ou ainda que tragam apologias necessárias nos livros de prateleira, somos provincianos também nesse aspecto. O que acha dessa burocracia editorial?
Miriam de Sales Oliveira – Terrível. Não se busca novos valores e as portas destas editoras estão quase sempre fechadas para os novos. As editoras preferem os "pratos feitos" que geram dinheiro, como os best-sellers estrangeiros cujo marketing é pronto e preparado para encantar o possível leitor. A mesma massificação que existe nas artes, na música e no cinema, existe também na literatura. A nossa editora foi criada por uma escritora e, portanto, procura fugir disto. Aqui abre-se espaço para novos talentos.
Anna Carvalho – Florbela Espanca falava do enigma de ser mulher em seu "fofo fátuo", como explicara literatura de gênero num mercado editorial tão politicamente correto?
Miriam de Sales Oliveira – A literatura tem que focar todos os gêneros. O leitor é que escolhe o que deseja ler. Há lugar para os "certinhos", mas os politicamente incorretos também têm sua vez. O talento é perene.Veja o Jack Kerouac, por exemplo.
Anna Carvalho – Qual a sua opinião, como editora e leitor-crítica, sobre a literatura contemporânea?
Miriam de Sales Oliveira – Anna, a literatura reflete sua época. Livros muito ruins estão nas prateleiras e são vendidos. O público, hoje, vive numa sociedade de massa e lê o que aparece e o que a mídia aponta como bom. Os livros que estão entre os mais vendidos isso sim, mera obra de ficção – pois, vendidos mesmo são os jornalistas pagos pelas editoras para propagandeá-los. "A Bahia de Outrora", que lancei em 2009, e já está na terceira  edição, vendeu milhares de cópia, especialmente pela internet e não aparece em nenhuma lista. Duvido que aqui na Bahia existam estatísticas que mensurem as vendas de livros.
Anna Carvalho – Salvador vive por uma atmosfera ou um contexto situacional de tédio, festas e alegria estanques, sintomas de uma civilização incivilizada. Como propor o cenário alternativo numa terra que entende que AXÉ SEJA O SEU GRANDE NORTE?
Miriam de Sales Oliveira – Como lhe disse, estamos vivendo a era da comunicação e da escravização mental. O público lê o que o marketing determina, ouve as músicas que tocam massificadamente nas rádios e vê o que a TV mostra. A ninguém interessa esclarecer o povo. Povo esclarecido e lido vota certo. E, isso não interessa ao sistema. "Pane et circus" é o lema.
 Anna Carvalho – Às vezes tenho a impressão de que o mercado editorial seja uma grande lâmina que ceifa todo e qualquer um que queira “peitar” as estruturas latifundiadas pelos escritores de sucesso. Isso de fato existe ou seria mera suspeita da minha parte?
Miriam de Sales Oliveira – O  mercado editorial é um negócio como outro qualquer, e tem que dar lucro. Se alguém tem uma editora, hoje, vive cheio de apreensões, como a chegada do livro digital, por exemplo. E os impostos, os leitores que migram para a internet, os downloads... Assim, se eles têm um autor de sucesso, ancoram-se neste – lucro certo – e não lhes interessa buscar novas aventuras. O maior cliente das grandes editoras é o governo que lhes compra a produção. E os livros didático e paradidáticos, cujas licitações fariam o Cachoeira parecer um anjo. Engraçado, o Ministério da Educação nunca quis abrir essa caixa-preta. Voltando à sua pergunta, não é mera suspeita, não, meta-se com o "establishment" e você será triturada. Como não tenho medo de careta, continuo esclarecendo escritores, mas, alguns ainda caem nas lábias das livrarias e editoras. Porque buscam "status".
Existem grandes grupos livreiros que expõem os livros dos autores independentes, ou melhor, os recebem, mas, colocam os exemplares no fundo da loja, muitas vezes somem com eles e, quando vendem, nunca pagam ao autor. Pois, você acredita que muitos ainda colocam seus livros lá? E depois vão chorar pelos cantos.
Anna Carvalho – Não gostaria que essa conversa fosse apenas tangenciada pela questão de gênero, mas investindo ainda nessa direção, desde Nízia Floresta, Pagu, as mulheres eram petrificadas numa sociedade que entendeu que o gênero feminino era perigoso. Comenta.
Miriam de Sales Oliveira – Claro, as mulheres assustam porque são verdadeiras, guerreiras e enfrentam de peito aberto o sistema. Como disse alguém: “Como não temer o bicho feminino que sangra todo mês e não morre?” (risos) Mas a mulher, como a poesia, que aliás é do gênero feminino, insiste, resiste e persiste. Temos excelentes escritoras e poetisas. Odeio chamar mulher de poeta.
Anna Carvalho – Miriam, você mantém os blogues. Você poderia nos explicar qual o conceito desses blogues?
Miriam de Sales Oliveira – Ana, na verdade são nove. Sou doída mesmo e me garanto. Cada um esposa um gênero. Eles me projetaram na Oropa, França e Bahia. Mais de um milhão de leituras. O "Contos e Causos", o "Café com Pimenta" e "A Bahia de Outrora" foram criados para divulgar os livros do mesmo título. Porém, não são apenas marketng, trata de assuntos sérios e engraçados. "Conversa Fiada” bate nos políticos, comenta notícias, fala de cultura, educação e arte. O "Fiat Lux" trata da filosofia de um jeito que todos entendam. E esclarece o público sobre vários assuntos. O Miriam Sales trata da literatura, na visão da escritora Miriam Sales. O "Só-risos”, bem como o "Lado Avesso", é humorístico, cínico, crítico e desassombrado como a autora. Ainda tenho o blog da editora, onde divulgo nossa filosofia e onde cada autor tem uma página com fotos, biografia e atividades. E, como membro do MIL, escrevo no blog português Milhafre.
Anna Carvalho – O que você acha de blogs como o Literatura Clandestina?
Miriam de Sales Oliveira – O Elenilson é doído como eu e peita tudo. Adoro o blog e admiro demais o autor. Ele veio para arejar esta nossa literatura hoje tão fraquinha, meu Deus! É muito necessária esta abertura no mundo literário fechado em que vivemos. Palmas para ele! 
Anna Carvalho – Descreva a Editora Pimenta Malagueta sob essa pretensão de galvanizar esse grito ainda excluído.
Miriam de Sales Oliveira – A Pimenta nasceu da raiva. E da decepção com as editoras. E da exclusão com que as "grandes" tratam os autores. Depois de levar cinco anos presa a um contrato medieval com uma editora paulista, que me deixou na cafua – não fazia carinho na moça nem saía de cima – ou seja, não publicava meu livro e nem me deixava publicar, jurei que eu mesma publicaria meus títulos. Comecei publicando o "Bahia" e os Contos Apimentados" e, então amigos e leitores da net apareceram pedindo para publicar o livro deles. "Em você, confio", diziam. E, publiquei. Com carinho, atenção e cuidados editoriais. Temos cinco meses e já publicamos vários títulos. Temos uma loja virtual. Temos autores satisfeitos e estou muito feliz. Trabalhamos sob demanda, mas, nosso preço é o menor do mercado. Além disso, damos apoio total ao autor, levamos seus livros as bienais e festas literárias. Colocamos seus livros nas livrarias. Breve estaremos distribuindo para todo Brasil. Estamos lançando uma seleta que dará o que falar. Tratamento editorial de primeira, textos escolhidos e que será lançada na Fliporto, em novembro. Obrigada pela entrevista. Perguntas muito inteligentes e oportunas.
 Miriam Salles com Elisa Lucinda. 
Com a Mabel Velloso.
 Com o saudoso professor Hélio Rocha e Ivone Soll.
 Recebendo o título da Academia de Letras y Artes de Buenos Ayres.
Discretíssima no Projeto Fala Escritor.
 O último lançamento da Pimenta Malagueta Editora, 
o livro “Nas Asas da Gaivota”, de Lucymar Soares.
E "last but not least", aqui vão os endereços
da Editora Pimenta Malagueta:
Rua Polydoro Bittencourt, 31, Bonfim, Salvador - BA
editorapimentamalagueta.blogspot.com
pimentamalaguetaeditora.com.br
lojaedpimentamalagueta.com.br
Contato: miriamdesales@gmail.com
Venha tomar um cafezinho.
fotos: MSO/divulgação

ENTREVISTA COM ALFREDO DE MORAIS


“Só não escrevi ao nascer por não ter uma caneta à disposição, pois creio que até minhas garatujas teriam uma poesia. (A.M.)
Por Elayne Aguiar*
“Temos na verdade, como diria Jabor, os poetas que nunca escreveram livros, pois falta união, e hoje temos apenas uma sombra dos poetas de outrora. Poetas que não viam a poesia como meio e só são poetas por serem poetas”. Hoje a nossa entrevista é com o Alfredo de Morais, baiano de Feira de Santana, psicólogo, talentosíssimo, sensível escritor e poeta. Uma honra poder entrevistá-lo, salientando que Alfredo é hoje, sem dúvida alguma, uma forte expressão na literatura baiana e brasileira.

Elayne Aguiar – Apesar de sabermos que um militar deve prezar, acima de tudo, pelo bem da nação, nesse caso o senhor procura entender os motivos das greves e de todo o contexto atual da polícia militar brasileira. Acredito que seja justamente por ser militar e conhecer bem o sistema, que por sinal, parece-me falido. Li também que o senhor acredita que a poesia possa sair do caos... Mediante esta afirmação e levando em consideração que o senhor é também um psicólogo, além de militar, podendo analisar a situação por dois prismas diferentes, neste caso o senhor seria capaz de banir esses dois lados, munir-se de inspiração e escrever de forma linda e forte sobre o caos urbano devido à falta de policiais na cidade? Ou acha que neste caso, o militarismo deve falar mais alto que a poesia?

Alfredo de Morais – Olha tenho um posicionamento bem menos ortodoxo do que os pensamentos sobre policiamento e militarismo. Primeiro porque a polícia já deveria estar unificada e desmilitarizada, depois porque não é o número de policiais que vai mudar o estado das coisas, mas sim a educação precária nesse país e principalmente aqui na Bahia. Quando se fala sobre poesia, se fala do todo. Existe poesia no militarismo, como existe na política, na flor, no amor e em todas as preposições e estados de espírito que o poeta esteja, pois esse é uma antena do universo. Nascer em poesia é escadalizar-se todos os dias com o óbvio e se revoltar com o esdrúxulo, é simplesmente estar disposto a escutar a voz das estrelas e com elas volitar.
Elayne Aguiar – O senhor escolheu essa profissão, mas também é um poeta. Sabemos que muitos poetas exerceram outras funções também e dentro dessas funções existem códigos de ética e conduta. Ser um poeta militar realmente deve ser um tanto quanto “antiético” aos olhos dos “maiorais” ou até mais, coisa de “efeminado”, se escreve sobre amor... Ou revolucionário e anarquista, se for sobre o sistema. Comenta. 

Alfredo de Morais – Não sei se ser poeta está na profissão... Acho que ser poeta é ter a mente aberta ao mundo. Na PM tem concursos internos sobre poesia e atividades literárias, acho que falta divulgação. Estamos em um estado democrático de direito, e nem o mais alto escalão poderia calar a voz do espírito intrépido de um poeta. Enquanto ao preconceito, esse vai existir em qualquer profissão, se disser no hospital que trabalho que faço poesia, tenha a certeza, que os ditos machistas vão dizer que é coisa de gay, e eu responderei que é coisa de todos, coisa de quem respira a vida.
Elayne Aguiar – O senhor acha que em determinado momento da vida precisamos optar pelo que realmente “pulsa” em nós? Independente de dinheiro, fama, reconhecimento e até trabalho? Acha possível realmente ser um poeta e militar, simultaneamente e exercer de forma ampla e verdadeira as duas funções, tentando conciliar e respeitar seus devidos espaços?

Alfredo de Morais – Jung afirma que na vida desempenhamos vários papéis, o grande perigo é confundir os diversos papéis assumidos. Comigo não há esse tipo de conflito, pois sou militar quando devo ser, psicólogo quando estou trabalhando e poeta quando devo ser. Os papéis da minha vida não se confundem, pois os faço com todo amor do mundo, acho que é isso que difere quando você fala de escolhas. Escolhi ser militar, mas a poesia me escolheu, então a inferência de uma ou outra fica nos sentidos e não na atuação.

Elayne Aguiar – “Estive em Cuba em 2007, para defender um artigo no ULAPSI (União Latino Americana de Psicologia), e fiquei estupefato com Havana, local ao mesmo tempo lindo e triste. Vi a cidade com os olhos de um preocupado psicólogo com a população dolorida e com os olhos de quem assistiu o documentário sobre os músicos da Buena Vista Social Club, pelo qual ganhou o Oscar de “Melhor Documentário”. “...Não consegui ver Cuba como Fernando de Morais. Mesmo porque não conversei com Fidel, nem fui aos palácios do governo, nem andei em carros (novos) governamentais, não fui aos banquetes”. Texto interessante... E mais um paradoxo inevitável: “Vi a cidade com os olhos de um psicólogo”. Esta sua “visão de psicólogo” é algo involuntário, parte da sua própria psique, já que foi a trabalho e falando de psicologia ou é intencional mesmo?

Alfredo de Morais – Necessitei estar no papel do psicólogo lá em Cuba, pois fui como psicólogo. Porém, pude, junto com isso, olha-la com poesia, pois Havana é o Pelourinho do outro lado, pois lá se tem a mesma alegria baiana, a mesma sonoridade de cadeiras das mulheres passeando pelas ruas desertas daquele país. Pude ver o sofrimento pelo atraso no progresso, e a sede que o povo daquela terra tem de mudanças. 
Elayne Aguiar – O senhor foi a Cuba e não quis vê-la da forma como Fernando de Moraes e Fidel a veem e como muitos a enxergam?

Alfredo de Morais – Não dá para enxergar Cuba com os olhos biológicos, tem que ser com a alma, alma latina e caliente, alma que arde de revolta por ver um contrasenso do que é a liberdade. Cuba é uma grande mentira contada por um homem sem escrúpulos. Claro que as intenções na época pareciam ser boas, porém o povo se tornou refém de um ditador, que jogou seu País na obscuridade. Vi a alegria da noite, da salsa, da marguerita. Mas, também entrei nas casas de cortinas rotas, de senhoras cansadas e jovens sem sonhos. Uma terra com sabor chocolate, mas com a luz de fifós.

Elayne Aguiar – Sobre o 11 de setembro: “Saí louco correndo, chamando os colegas, que nesse momento estavam tomando café. - Meu Deus... Acho que é a terceira guerra mundial!... Choramos juntos, nos desesperamos juntos. Estávamos também ali, pois não conseguíamos compreender o acontecido, e aguardávamos a nossa vez de correr também... Pois talvez fosse o sinal dos tempos”. Achei interessante esse texto porque o senhor em primeiro momento pensa logo numa 3ª Guerra Mundial (o militar pensando) e um pouco depois fala em final dos tempos. Faz uma alusão bíblica: “Era a pedra de Davi em Golias, era a revanche covarde contra uma nação”. O senhor tem uma religião? Concorda que a religião, neste caso em questão, e como disse Karl Marx, é o ópio do povo?

Alfredo de Morais – Tenho uma religião sim, sou espírita, porém qualquer religião pode ser letal se essa for o crivo utilizado para o benefício do seu acreditar. Sempre digo que mudaram o gênesis, onde é dito “façamos o homem a nossa imagem e semelhança”, o homem fez Deus a sua imagem e semelhança, com todos os adjetivos perversos que a natureza humana tem. No caso da religião e de qualquer comportamento, o risco é o excesso, o risco está no entendimento da força universal. Por isso a afirmação de Marx, a religião mal direcionada é como uma droga alucinógena.

Elayne Aguiar – Em sua concepção, de que realmente é movido o povo terrorista?

Alfredo de Morais – Ele é movido por uma convicção erronia de uma dádiva humana. O terrorista acredita que chegará no paraíso se renegar a si mesmo pela causa. Todo extremista é um terror, veja o exemplo da psicóloga que diz curar homossexuais, ou o caso de pastores que prometem prosperidade pela religião, são terroristas, mas terroristas da alma. Não precisam derrubar prédios, eles derrubam sonhos.
Elayne Aguiar – O que alimenta essas mentes doentes ao ponto de não só destruírem impérios e vidas, mas as suas próprias?

Alfredo de Morais – Essa convicção no ganho pós mortem, faz com que eles visualizem o ganho eterno e não efêmero da nossa existência. É um acreditar com tanta convicção que eles não tem medo de nada, nem mesmo da morte.

Elayne Aguiar – O senhor neste mesmo trecho traçou paralelos entre "O que as torres têm nos ensinado" e nosso "egoísmo "solidário". O senhor estava se referindo a nós mesmos, individualmente, ou às organizações que visam proteger e amparar as nações, mas que na verdade isso só funciona por motivos políticos?

Alfredo de Morais – Falo de nós mesmos. Veja só o caso dos professores na Bahia. Clamamos por melhor educação. Falo de um povo que aguenta os desmandos de um governador, sem ao menos, fazer uma paralização geral em prol de uma melhora na sua própria vida. Falo da animosidade, da imbecilidade e falácia de quem apenas vê o mundo passar, mas que não se mobiliza para fazer o mundo girar. Nós somos os motivos políticos, porém esquecemos disto.

Elayne Aguiar – Falta ainda muito senso humanitário no mundo?

Alfredo de Morais – Não falta senso humanitário no mundo, falta ação humanitária, falta sairmos de nossa condição de espectadores e agirmos como humanos. Falta o homem reaprender a humanidade.

Elayne Aguiar – Puxando o gancho e falando agora de amor: "O amor? Enfim... Hoje sou apenas eu, um ser que é feliz porque existe. E grato por ter tantos amigos e inimigos invejosos (risos). Mas os amigos superam tudo". Amizade, amor, felicidade, são temas constantes na poesia que nos alimenta. E a poesia hoje no Brasil, vive de quê? Ou melhor, como vivem os poetas e escritores que “sobrevivem” de letras?

Alfredo de Morais – Esquálidos e desnutridos. Temos na verdade, como diria Jabor, os poetas que nunca escreveram livros, pois falta união, e hoje temos apenas uma sombra dos poetas de outrora. Poetas que não viam a poesia como meio e só são poetas por serem poetas. Não eram os poetas loucos? Eram apenas sonhadores. Acho que os escritores pararam de sonhar, e passaram a viver a triste realidade.

Elayne Aguiar – O senhor parece ser sensível e demonstra habilidade para com os pacientes. E pelo que percebi, o bom humor também é uma marca sua. O que realmente te dá prazer de uma forma extremamente abrangente em todos os sentidos, incluindo o financeiro? A psicologia ou a poesia?

Alfredo de Morais – Incluo a poesia na psicologia, o humor na psicologia, a sensibilidade na psicologia. A psicologia é minha forma de arte. No hospital, por exemplo, eu toco violão para meus pacientes acamados, eu leio para eles, eu pinto para eles. Isso me dá muita alegria. Eles riem comigo, eles choram comigo.
Claro que vivo da psicologia hoje, mas a poesia é minha vida, ela pulsa em mim e me diz
 em sussurro... Olha, você está vivo.

Elayne Aguiar – O senhor escreveu em seu texto de Portugal um pouquinho sobre o ensino de lá e fez comparações com o nosso: "Com isso não desqualifico o ensino, mas exalto o brasileiro, nós somos bons no que fazemos". Eu até entendi o que quis dizer, mas então gostaria de compreender se o nosso potencial é bom em ensinar, por que é péssimo em instruir em Cultura?

Alfredo de Morais – Nós somos um povo único, tem arte para todo canto e canto para toda arte. O grande problema é o incentivo. Na Europa o artista tem outro respeito, outra vertente. O artista não é o Global, é o que faz acontecer a cultura do país. Acho que faltam nos artistas mais coragem para clamar por essa cultura e seu incentivo. Falta neste país a valorização pelo que é bom, e não pelo instantâneo. Nós somos a cultura que nós almejamos ter. A pergunta é... o que estamos realmente almejando?

Elayne Aguiar – Acha que realmente estamos em um processo de transição, com tantos projetos, ONGs, apoio à leitura e a jovens poetas e escritores e toda essa gama de incentivo, além da internet, que viabiliza também o acesso a novos formatos, como blogs, sites de primeiríssimas qualidades... Ou o senhor acha que tudo não passa de marketing e que a verdadeira diferença se dá se houver um investimento de capital ou leis por parte dos governantes que assegurem este direito a todos, o do acesso à cultura, acesso à informação, ensino de qualidade, etc?

Alfredo de Morais – Volto a dizer que o governo somos nós, os governantes são temporários... nós continuamos. Há que se exigir uma outra postura dos artistas. Lembra da Revolução Cultural de 22? Onde estão as Tarsilas, os Oswaldes? Acho que somos o que pretendemos ser.

Elayne Aguiar – Dentro do nosso contexto social, o livro ainda é caro, assim como o CD, a entrada do cinema e do teatro. Ao mesmo tempo quando isso é acessível, percebemos que não faz parte da "cultura" do povo brasileiro ter acesso à cultura. As pessoas simplesmente "preferem" baixar um filme, comprar um DVD pirata e as crianças não leem mais como antes nas escolas devido o advento da internet e suas facilidades. Por que isso ainda em pleno século XXI? Isso é um problema mundial ou de ordem brasileira?

Alfredo de Morais – Nós ainda estamos pela égide da Lei de Gerson (levar vantagem em tudo). Mas estamos aprendendo, acho que somos adolescentes, ainda rebeldes, ainda sem saber para onde ir. Mas estamos crescendo em atitude, em mudanças. Nós seremos a grande nação, mas o povo tem que ir junto. Acho que nosso problema não é cultural, é de atitude.

Elayne Aguiar – Antigamente nós, brasileiros, jogávamos demasiadamente lixo nas ruas e pelas janelas dos carros, assim como achávamos bonito fumar e talvez não tivéssemos reais dimensões do quão negativos e prejudiciais eram estes hábitos. Houve uma educação em massa, veto às propagandas, divulgação, isso ao longo de vinte anos ou mais. O senhor acredita que governo e educação caminham juntos? Quando eles querem eles fazem?

Alfredo de Morais – O governo somos nós, temos que lembrar disto. Nós colocamos e nós tiramos. Governo não é concurso publico, o governo é o espelho do votante. 
Tenho certeza que nosso país será realmente grande, quando a educação for valorizada, da base às universidade. Tivemos uma mudança grande de 20 anos, porém ao pobre é negado o direito a uma educação publica de melhor qualidade, e isso para o progresso de uma nação é horrível. Em países de primeiro mundo, as crianças falam mais de uma língua. Aqui não se fala corretamente nem a língua mater. Esse aspecto é que tem que mudar. A educação arrastará todo o resto junto com ela.

Elayne Aguiar – O tema sustentabilidade está  tomando força, embora ainda não tenhamos estrutura e educação necessárias para expandi-lo, tratá-lo e principalmente, vivê-lo como deve ser feito. As Olimpíadas e a Copa do Mundo são assuntos diários. O senhor acha que esses eventos contribuem de alguma forma para a educação e cultura do nosso país?

Alfredo de Morais – Não ensinam nada, apenas traz a atenção do mundo para o país que vivemos. Não acho que estamos preparados para a Copa ou para as Olimpíadas. Porém a África também não estava, e lá foi feita. Nenhuma mudança radical aconteceu nesse país depois da Copa. Todo o esforço deveria ser para consolidar as bases estruturais de nossa nação: educação, cultura e saúde. Temos um longo caminho pela frente. A Copa ou Olimpíadas é tão somente pão e circo.

Elayne Aguiar – Deixando de lado as verdades que sabemos, acha que acreditar que de certa forma isto pode nos ser útil é ser muito otimista e romântico?

Alfredo de Morais – Acho que é o mesmo que ter uma gravura (cópia) de um artista famoso na parede de sua casa. Tá bonito, mas sem alma.

Elayne Aguiar – E falando em romantismo, o que mais te motiva a escrever, quais as pessoas que te inspiram e desde quando começou a exteriorizar seus pensares? Qual foi o “start” da sua carreira de escritor e poeta?

Alfredo de Morais – Só não escrevi ao nascer por não ter uma caneta à disposição, pois creio que até minhas garatujas teriam uma poesia (risos). Tudo me inspira, tudo é um motivo para escrever. Mas o que me chamou a atenção para a universalidade das letras, foi um professor meu, Valverde. Ele dizia que escrever tem que ter fôlego, ritmo e alma. Essa afirmação para mim fez toda a diferença. Meus ídolos sempre foram Carlos Drummond e meu mentor espiritual Mário Quintana. Porém, o incentivo a tornar tudo público é do meu admirável e inestimável Elenilson Nascimento.

Elayne Aguiar – Como foi participar de um projeto como os “Poemas de Mil Compassos”?
Alfredo de Morais – Um sonho colorido, uma orquestra com um único maestro. 
Elayne Aguiar – O senhor tem algum ídolo da literatura brasileira? Quando o senhor escreve, consegue perceber suas influências? Conte-me sobre isso.

Alfredo de Morais – Mário Quintana é meu ideal, leio e releio as obras dele. Acho que seu jeito de escrever é um acerto com a vida. Ele não escreve tão somente, ele faz amor com as letras, ele escreve como fala. Gostaria de um dia poder conversar cara a cara com ele em outro plano espiritual. 

Elayne Aguiar – Sabemos que a poesia é universal, mas temos que reconhecer que cada um tem seu estilo e seu público alvo. O senhor escreve para quem e chama atenção de quem? Sente-se realizado como poeta?

Alfredo de Morais – Escrevo para a vida. Carlinhos Brown fez uma música antiga que dizia: “Eu canto pra lua, porque amo a lua...” (lindo isso). Não entendi logo o que ele queria dizer. Hoje eu entendo. Eu escrevo porque é lindo, eu escrevo porque sem isso eu teria dores. Escrevo para sentir meu sangue correndo nas veias do planeta. Se escrevo para a vida, sinto a realização de poder ter o direito de me expressar.
* Elayne Aguiar tem 36 anos, carioca, trabalha na área de saúde e é estudante de Farmácia na Universidade Gama Filho-RJ. Também cursou Teologia e estudou Letras na Simonsen-RJ. Possui alguns trabalhos pela Editora In House, como “Agenda Poética” e “Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos”, além de uma participação na coletânea“Desvanecendo em Amor”, de Fábio Aiolfi e dois livros de poesias publicados: "Inverno Azul-Poesias e Prosas Poéticas" (Editora Illuminata) e “Poesia de Estação”(Clube de Autores). Breve estará lançando o terceiro,“Entrelinhas”. E também faz parte do Portal dos Poetas Brasileiros e possui um diário virtual: www.diariosdoces.blogspot.com

Contato: aguiar.farma@hotmail.com
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